segunda-feira, 22 de abril de 2013

Como ajudar seu filho a ter uma autoestima saudável




Marcos Meier

Perguntei a uma menina de 6 anos de idade se ela gostava de si mesma e se as outras pessoas gostavam dela. Sua resposta foi surpreendente, ela disse que sim, pois gostava dela mesma por ser bonita, e que as outras pessoas gostavam dela por ser bonita e magrinha. Num primeiro momento pode-se achar que a autoestima dessa menina está legal, pois ela gosta de si e percebe os outros gostando dela. No entanto, as razões que justificaram suas respostas são assustadoras. Com seis anos de idade ela já está preocupada com a beleza e com o fato de ser magra. Para ela, pessoas de valor são pessoas bonitas e magras. Quanto preconceito! E isso numa menina de seis anos de idade!

Ela, como outras, já é vítima da influência da mídia, da moda, dos concursos de miss, das grifes e de outros contra-valores que lhes são transmitidos diariamente. Temos que, como pais, apresentar os valores. Não adianta apenas combater o que está errado, precisamos ensinar o certo.

É claro que podemos falar de moda, estética, beleza e outros fatores relacionados com a aparência, apenas estamos mostrando que não devem ser esses valores que devem dirigir nossas vidas, mas os essenciais.

Para um melhor resultado na construção de uma autoestima saudável nas crianças, é necessário que você, mãe e pai também tenham uma boa autoestima. Você precisa gostar de si, investir tempo, dedicar-se a coisas que gosta. Valorizar-se. Um pai, por exemplo, pode dizer à esposa: “querida, vou jogar bola sábado à tarde”, sem peso na consciência e sabendo que está investindo em sua saúde mental, além da física.

E a mãe: “querido, vou sair com minha amiga, sexta à noite. Ainda não sabemos aonde vamos, mas vamos nos divertir”.

Esses pequenos exemplos são apenas para evidenciar algo que não é fácil fazer, principalmente para nós pais acostumados a nos entregar de corpo e alma no trabalho e na criação dos filhos, deixando de lado a nós mesmos.

 Um pai, ou mãe, de bem com a vida, contagia positivamente seu filho e toca seu coração para que aprenda, desenvolva-se e assuma os fracassos e as vitórias em sua caminhada como ser humano realizado e feliz.

 Não é fácil investir na autoestima, pois a mídia e o consumismo enviam diariamente mensagens contrárias. Uma mulher bonita é chamada de “modelo”. Modelo do que? Se há modelo, tem que haver cópias? As mulheres olham para a “modelo” e se percebem diferentes dela. Sentem um vazio interior e pensam em preenchê-lo. O consumismo sai ganhando, a autoestima, não.

 E nossos filhos? Que mensagens recebem? Pesquisas têm mostrado que a criança brasileira é a que mais assiste TV no mundo, ou seja, é a que mais está exposta aos contra-valores. Nosso trabalho para ajudá-los a construir autoestima saudável é ainda maior. O primeiro passo é desmascarar o que a TV mostra. E dizer aos nossos filhos que ser honesto, ser responsável, ajudar as pessoas, ser ético e batalhador é muito mais importante que ser magro ou bonito.

 (Publicado na revista Viver Curitiba, n 1 ano 1)

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante.

2 comentários:

  1. Oi, Kariny!
    Enquanto a criança tem pais atentos, tudo bem! Pior é quando a auto-estima é destruída pelos próprios pais. São críticas em excesso para se ter o filho mais bem educado, mais inteligente, mais isso, mais aquilo... já vi uma mãe bater na boca da filha, chamando-a de gorda em um restaurante - a garota devia ter menos de 8 anos e ficou muito constrangida, segurando o choro. Imaginei como se sentiria essa mãe se lhe fizessem o mesmo. Acho que educar precisa de um entendimento mais amplo que começa com a comunicação.
    O controle da propaganda é fundamental, pois até uma certa idade, a criança não distingue a propaganda do programa e muitas vezes ela canta e se diverte com uma propaganda nociva ou espera pela propaganda pois acha mais divertida que o próprio programa.
    Boa semana!!
    Beijus,

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  2. Pois é Luma, acredito que só deveria ser mãe quem estivesse disposta a educar, caso contrario pra que ter? Só para dar continuidade a sua especie? Existem muitas crianças carregando nas costas as culpas dos próprios pais. Criei o blog com este intuito, pra ver se eu consigo ajudar nem que seja um pouquinho. Bjão e participe sempre! ;)

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